sábado, 24 de maio de 2008

Reflexão sobre o debate Público "Revitalização, Reanimação e Reabilitação do Centro de Fão"

No início da Tarde do Feriado de 22 de Maio de 2008 teve lugar na Pousada de Juventude de Fão um debate organizado pela Associação ASSOBIO e que teve como tema a "Revitalização, Reanimação e Reabilitação do Centro de Fão".
Este debate foi moderado pelo Prof. Joaquim Peixoto que muito bem desempenhou o seu papel, pena mesmo terá sido, a impossibilidade de colocar este Senhor entre os participantes, como o mesmo referiu. Teve ainda a participação de diversos técnicos como o Prof. Joaquim Barreira e o Arquitecto Oliveira Martins da ADERE (Soajo), a Engª. Rosa Cortez da CCDRN (Comissão de Coordenação e Desnvolvimento Regional do Norte), o Arqt.º Luís Tavares Pereira do Conselho Directivo Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos e José Emílio Viana do Movimento Intervenção e Cidadania. Ainda por confirmar estava a presença de algum responsável da autarquia.
Reflectindo sobre todo o desenrolar do debate que presenciei até ao final, cabe-me inicialmente enaltecer a excelente iniciativa da Associação Assobio por levar a cabo um debate desta envergadura que muito interessa a todos os fangueiros e pessoas que gostam da Vila de Fão.
Não querendo manchar a iniciativa que foi de louvar, mas de modo construtivo, achei que houve uma falta de organização nos tempos que a cada orador lhe competia, e talvez a necessidade primordial de estar presente entre os oradores, para além dos presentes, alguém que especificamente conhecesse e trabalhasse a realidade que foi tema central do debate: o Centro Urbano de Fão, isto é, um elemento da Cãmara Municipal de Esposende.
Foi-nos apresentado um exemplo de revitalização/restauração de património, mais concretamente do soajo, que de certa forma deu para perceber uma realidade presente no que ao aproveitamento de fundos comunitários para restauração de património diz respeito. Deu ainda para perceber todo o seu funcionamento, quer no plano prático quer no plano legislativo, como se processa toda essa candidatura.
Foi também explicado o papel da ordem do advogados neste contexto, e depois seguiu-se uma abordagem no sector imobiliário que falou da realidade do centro urbano de Fão.
Ora, na parte final do debate deu-se a possibilidade ao público presente intervir, em que salvaguardo alguns dos assuntos discutidos:
Será que o Terrorismo aquitectónico das torres de Ofir em plena zona dunar, agora também se repete no cais do Rio Cávado, resultado de montruosas casas que nada se identificam com o local? neste caminhar outras virão! o Centro histórico de Fão que devemos preservar será que não foi tido em consideração aquando da construção destas grandes casas? e os passeios de Fão? que me dizem? uma qualidade de passeio na Rua Azevedo Coutinho perto dos Bombeiros Voluntários de Fão...e outra qualidade de passeio na mesma Rua Azevedo Coutinho mais para os lados do Bom Jesus...estarei a falar da mesma rua? da rua mais antiga de Fão? será isto a preservação do Centro histórico de Fão? quem define homogeneidade de heterogeneidade nestes contextos? e no cemitério, existe homogeneidade? ou cada um constrói como bem lhe apetece? Quem define os requisitos de construção de sepulturas no cemitério deveria olhar para o lado direito no sentido Viana/Porto da A28 zona Póvoa de Varzim/Vila do conde, um cemitério uniforme! é certo que muita gente que só mete os pés no cemitério dia 01 Novembro de cada ano não iria gostar de radical mudança! Pois assim não teria oportunidade de dizer se fulano tinha uma sepultura mais bonita que cicrano, porque a triste realidade é o puro consumo exacerbado a contrastar com uma realidade social medíocre.
É certo que normalmente recorremos ao poder local para tentar perceber todos os problemas da Freguesia de Fão, uns mais inconvenientemente que outros, é certo, mas se está lá alguém é porque foi eleito!!! não porque nunca fez nada por Fão, mas se tem sido eleito é porque faz mais do que "desfaz"!! A mim não me interessa quem está lá, o que me interessa saber é o que este pensa da Vila onde eu gosto de viver! Mas a maior preocupação é entender o porquê que no local e hora certa que devem ser discutidos tais assuntos, na Asssembleia de Junta de Freguesia, apenas aparecem quinze elementos entre os quais metade fazem parte de listas partidárias!!!! será isto surreal? ou será que não aparece mais gente às assembleias porque o local onde são realizadas tem tão más condições que o melhor é mesmo aparecer pouca gente para dar pouco nas vistas? Gostaria imenso de ver todo o público que esteve presente no debate a presenciar uma assembleia de Junta de Freguesia, porque lá será o local ideal para colocar os problemas da Vila de Fão!
Deixo esta última parte para uma espécie de desabafo...estando actualmente a pensar em adquirir uma habitação deparo-me com situações surreais. Falo de casas desabitadas e completamente ao abandono, que pedem valores a rondar os 100 mil euros, e que a primeira coisa a fazer para quem tiver disponibilidade para comprar, é desfazê-la e voltar a construir novamente! Pelos vistos a ideia é vender a casa, ficar com o dinheiro e com a casa:-)
Falo de valores absurdos de casas completamente ao abandono! Agora pergunto, estarão os proprietários interessados em vendê-las? qual a preocupação no que diz respeito ao centro histórico de Fão? mas fiquemos por aqui porque falar de terrenos para construção seria estar fugir ao tema:-)
Termino com uma palavra doo Prof. Joaquim Peixoto, INTERACÇÃO é necessário nesta terra para colocar todos os discursos em práticas!!!!